Aquaman

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O novo filme da DC Comics, há muito tempo aguardado, certamente irá agradar mais do que alguns filmes anteriores. Aquaman, dirigido por James Wan, se destaca em alguns aspectos, entre eles os efeitos visuais tanto das cenas que se passam “embaixo d`água”, quanto das cenas de ação e de caracterização dos personagens. O ator que interpreta o protagonista, Jason Momoa, é muito carismático no papel e acaba sendo a peça chave para o tom do filme: leve, divertido e aventuresco. Os atores coadjuvantes, como Nicole Kidman e Willem Defoe, de qualidade dramática bem superior à de Jason Momoa, abrilhantam ainda mais o longa. A história, mesmo que absurda, consegue ser contada de maneira verossímil dentro do universo criado, dando historicidade mais uma vez à mitologia. A trama acaba sendo o ponto fraco do filme, a história é bem simples e previsível. É possível adivinhar praticamente tudo o que vai acontecer sem fazer grande esforço. Assim, fica evidente que o importante para os produtores era caracterizar o herói, oferecendo sua biografia, a origem de seus poderes e habilidades e sua trajetória até o trono de Atlantis.

O que também talvez seja responsável por tornar o longa simplista e ao mesmo tempo atraente é o fato de que o roteiro realiza uma mistura de várias narrativas presentes no imaginário da cultura pop, como a referência clara à lenda do rei Arthur, alguns superpoderes e histórico idênticos ao personagem Harry Potter, a discussão sobre viver fora do mar presente em A pequena sereia, entre outros, passando até pela caracterização visual de monstros do mar que lembram filmes japoneses ou os mais recentes de Hollywood, como Circulo de fogo. Vale a pena assistir Aquaman e, como é comum em filmes assim, de preferência em uma boa tela de cinema.

Duas temáticas me saltaram aos olhos enquanto assistia Aquaman. A primeira é a questão da sustentabilidade. A revolta de Atlantis com o povo da superfície sempre cai no discurso de que estão poluindo o mar e destruindo seus habitantes. Em uma cena, todo o lixo jogado no mar ao longo de décadas é devolvido à terra em grandes tsunamis ao longo de toda a costa. A população de Atlantis revoltada é uma metáfora para a natureza que está vendo toda a população de animais marinhos morrer por conta da maneira irresponsável com que o ser humano tem lidado com os mares. De fato, temos visto notícias recentes de animais mortos por contato com os mais variados tipos de lixo, plástico e com a má qualidade das águas. O filme é um chamado à conscientização. Não há um povo aquático, mas os animais estão lá sofrendo com o nosso descaso. A Bíblia afirma que Deus criou toda a natureza e viu que era “muito bom” (Gênesis capítulo 1). Colocou o homem para administrá-la e não para destruí-la. Ora, não podemos ser responsáveis pela destruição daquilo que Deus gosta.

Outra temática que me saltou aos olhos foi a constante separação que o povo de Atlantis fazia entre população da terra e população do mar. Aquaman, por ter origem em ambos, não consegue enxergar essa diferença e luta para que não haja uma guerra. Uma frase é dita a ele em ponto decisivo do filme, algo como “você não é um rei, porque o rei se importa só com o seu próprio povo. Você é um herói porque está preocupado com todo o mundo”. Há claramente uma crítica, como tem sido costume em muitos filmes no último ano, às políticas por exemplo do presidente americano Donald Trump, que tem o lema de “primeiro a América”. Crítica também a todos aqueles que estão preocupados em defender apenas o que é seu ou os seus em detrimento do restante do mundo. Um líder relevante se preocupa com o bem-estar de todos, inclusive daqueles que não estão sob sua liderança. Um líder verdadeiro busca a paz, mesmo que por conta disso haja prejuízo de um lado ou de ambos. Aquaman é um personagem de ficção, mas Jesus é o verdadeiro herói, o que se preocupa com todos, veio para salvar todos. Mesmo sendo judeu da linhagem de Davi, lidou com ricos, pobres, religiosos, gentios, pagãos, corruptos, prostitutas, leprosos. Além disso, ordenou que seus discípulos fossem por todo o mundo pregando o evangelho a todos (Marcos 16:15). Por isso, ele é o verdadeiro rei, líder, herói e senhor a ser seguido. Sua mensagem está aberta a todos. Todos que a recebem percebem que as barreiras e limites estabelecidos pelos seres humanos, bem como as diferenças entre as pessoas, são insignificantes se levarmos em conta a união que temos em Cristo ou podemos ter. O cristão verdadeiro compartilha as boas-novas a todos sem distinção de sexo, origem, nacionalidade, etnia, contexto social, etc. Também busca a paz a todo custo, pois somos todos humanos alvos do amor de Deus.

Bem- aventurados os pacificadores, pois serão chamados de filhos de Deus. (Mateus 5: 9)

Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus (João 1:11)

Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2:3,4)

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